sexta-feira, 3 de março de 2017

Portugal como Inglaterra?

Olá,

Há notícias chocantes, uma delas é a história de retirarem um filho a uma mãe por ela simplesmente não querer amamentar a criança.  Acusaram de "falta de amor e leite", quando eu passei a gravidez toda do Nuno a ouvir dizer que o acto de amamentar é uma opção, e a história não mudou na gravidez do Denis. Acreditem que isto me está a fazer muita comichão. É melhor para a criança não ser amamentada e ficar com a mae, ou não ser amamentada e ser retirado à pessoa com quem passou 9 meses?

Segundo o que é divulgado pelos vários sites de notícias, é que esta mãe, após 10 horas de um parto complicado, sentiu que não estaria bem para amamentar, quantas mães não pensaram assim? Eu própria tive dúvidas porque o mas velho só conseguiu mamar umas 4 horas após o nascimento! Então ela pediu ajuda e o que recebeu em troca foi isto, ficar sem o filho. Não sabia mudar uma fralda? Mas no hospital não é suposto ajudarem as mães e ensinarem? A cima de tudo apoiarem? É aqui que se encontram boas e más equipas.

Sei que este tema é delicado, como mãe que sou, sempre quis amamentar mas tenho de respeitar quem não o quer fazer, porque não é obrigatório.  Mas poderei eu condenar uma mulher que teve um parto complicado, 10 horas de sofrimento (sim nem todas têm partos rápidos. Ainda bem que no meu caso, do Nuno, foram 10 horas simples), a mulher não quer amamentar, ou não se sente capaz,  está esgotada, traumatizada e talvez sem vínculo "mãe e filho"?

Eu não vou falar sobre a história do vínculo porque acho um absurdo. Nem sempre uma mãe se apaixona pelo filho, há dúvidas, medos e receios sem fim, eu sei porque eu não tive esse vínculo. Mas pode ter sido só por receio de tudo o que poderia correr mal, certo? Conheço mães com reações muito estranhas... Adiante. Amamentar foi uma opção minha como podia ter recusado sem ser julgada por isso pois ninguém o deve fazer. Ouvimos imensas histórias de partos bons e partos maus, mas temos que ter em conta, e muitas mães vão concordar comigo neste ponto, o parto não pode ser uma boa experiência se a equipa não for boa também, porque uma boa equipa faz com que as coisas corram bem. Atenção, não estou a dizer que a equipa que assistiu a jovem que era boa ou má, pois eu não estava lá para ver, o certo é que não faltam histórias boas e histórias más de partos e de assistência. Eu própria tive as duas experiências, equipa boa e equipa menos boa, na foi má, apenas menos boa. E próprios enfermeiros admitem que há bons colegas e.. os menos bons pronto.

Segundo, dizem que o bebé ficou desidratado ao terceiro dia de vida... WOW! Internado e desidratado? Terei de relembrar que vinham ver os meus filhos pelo menos duas a três vezes por dia, duas à noite? Assim como vinham ver o meu peito e massacrar os mamilos para verem se eu tinha ou não leite e se estava a correr tudo bem? Há aqui qualquer coisa errada. Dizem também que a mãe tinha dificuldade de acordar à noite para amamentar, porque estava com uma depressão? Ooops cuidado mães que não podemos ter uma depressão, por isso apresentamos um grave risco para os nossos filhos, e coitados são órfãos de pai e avós e tios e qualquer vínculo familiar próximo.

Por fim, então é chamada para ir à CPCJ e nem sequer a informam que tem direito a um advogado e fazem com que uma mãe assine algo sem perceber o que está a assinar? Diz nas notícias do jornal SOL,a 29 de Fevereiro, que passa além de a criança estar num centro de acolhimento contra a vontade dos pais, também lá se encontra sem autorização judicial... perfeito. Afinal parece ser um mal do mundo em geral. B

Eu começo seriamente a temer pela sociedade, pois anda a ficar tudo louco! A criança tem mãe, tem pai e ainda tem avós, não deveriam entregar a criança a uma dessas pessoas? Claro que não afinal sem memórias é perfeito para adoção... chamem-me o que quiserem mas é a minha opinião.  Algo aqui correu mal, a mãe até podia não ter condições, ou estar sã, mas há mais família, FAMÍLIA! Não pessoas desconhecidas! Epa, descobriram os segredos do estrangeiro e vieram aplicar em Portugal, é deveras fantástico.

Com isto tudo querem aumentar a natalidade, é crime da parte das instituições, atrasos absurdos no abono, passou um ano quase para chegar o dia em que eu recebi o pré natal... pus papeis em abril do ano passado e recebo já em 2017! Se não fossem os meus familiares, o que fazia à nossa vida? Nem desconfio.

Estou muito chocada, aborrecida, estou tudo mesmo....